Francisco Osuna
Orar é romper as barreiras mentais limitadoras das emoções e necessidades imediatas para alcançar os altiplanos da vida.
Nem sempre é tão fácil a oração assinalada pela perfeita integração da criatura com o Criador.
A falta do hábito salutar interrompe o fluxo do pensamento e ideias extravagantes interferem no ato, dificultando a sintonia.
A insistência disciplinadora, mediante a criação de novo programa, termina por facultar a doce interação entre quem ora e o destinatário.
Quando a fé ora, uma vibração ascendente superior rompe as cristalizações mentais e abre o psiquismo ao Senhor.
Quando a esperança ora, há uma natural comunhão que devolve a onda de luz que beneficia quem faz a solicitação.
Quando é o amor que ora, sucede uma fusão de psiquismos que culminam no êxtase.
Ainda associamos a oração a um ritual externo, a um endereçamento de palavras rebuscado, repleto de formalidades. São séculos e séculos de cultura arraigada na alma antiga.
Escrevemos a um Senhor que tememos, não conhecemos, e que mora muito longe…
Porém, quando desconstruirmos essa ideia – aos poucos, é claro – e transformarmos esse ato numa conversa de respeito, amizade e encanto, perceberemos que o Criador nunca esteve longe como imaginávamos. Nós é que criamos tal distância…
A palavra religião pode ter duas principais raízes.
Para alguns pensadores, o termo latino religare teria criado a palavra religião, numa alusão à necessidade de uma religação com o Criador.
Para outros, o termo pode ter vindo da palavra relegere, que significa reler, revisitar, retomar o que estava largado.
Que nossa oração aprenda a encurtar caminhos.
Que nossa oração nos faça perceber o Pai em tudo e em todos.
Que nossa oração seja, por si só, remédio para os pensamentos deletérios que ainda reinam em nossas mentes agitadas e confusas.
Que nossa oração – tesouro que temos – nos possibilite caminhar com os pés limpos, mesmo ainda pisando os pântanos do mundo.
Muita Paz!!! 🌈🌾